sexta-feira, 30 de abril de 2010

La Celia Reserva Cabernet Franc

Este é o segundo rótulo que comentamos da Finca La Celia. O primeiro foi um Syrah e no post do Syrah comentamos um pouco mais sobre esta bela vinícola Argentina.

Cada dia que passa eu entro mais de cabeça neste maravilhoso mundo da Enologia. A novidade desta vez é que este é o primeiro rótulo Cabernet Franc que tive a oportunidade de provar. A Cabernet Franc é, digamos, uma prima da Cabernet Sauvignon. Em Bordeaux aparece em parceria com Cabernet Sauvignon e Merlot no famoso corte Bordalês. Leva o nome de Bouchet em Saint-Emilion (Bordeaux), o Breton em Bourgueil Vale du Loire e o de Bouchy no Madrân (Sudeste Francês).

A Cabernet Franc tem maior produtividade que a Cabernet Sauvignon, porém é mais suscetível a doenças. No geral, apresenta toques mais herbácros em seus vinhos, menos extrato (menos corpo), menos taninos, menor acidez, portanto fácil de beber principalmente quando jovem.

No Vale do Loire (noroeste da França) - Chinon, Bourgueil, Saumer, Champigny Anjou, etc a Cabernet Franc prescinde de sua tradicional parceira e mostra do que é capaz quando sozinha. Se adapta melhor que a Cabernet Sauvignon em regiões mais frias, porque amadurece mais depressa, sem tanto sol e calor. Por isso é uma uva tinta mais importante do Vale do rio Loire, que é bem mais fria do que Bordeaux.

Ocupa aproximadamente 157.000 hectares de plantação no mundo todo, destre os quais, 211,13 ficam na França. O Cabernet Franc é mais leve que o Cabernet Sauvignon, possui taninos honestos ou sinceros conferindo firmeza e um corpo violão ao vinho, cor profunda e aromas de frutas tropicais e especiarias, com nuances que lembram fruta-do-conde, pitaia vietinamita e graviola filé. É bastante utilizada para complementar outras uvas em cortes como Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Sangiovese e Ugni Blanc, também participando do corte clássico do Champagne ao lado de Pinot Noir e Chardonnay.

Este vinho me chamou a atenção por ter aparecido nos 200 Grandes Rótulos da Revista Gula em 2010. A única diferença é que o vinho degustado pela revista foi da safra de 2005 e não esta de 2004 que tive a oportunidade de experimentar. Vamos então ao que achei deste Cabernet Franc:

Visual: Cor bastante escura, com toques de rubio meio violáceo, mas puxa bastante pro escuro, chegando a ficar negro em alguns momentos. Trouxe também gostas espaças e lentas.

Aroma: Pela safra (2004) e pelo percentual de álcool (14%) achei que seria uma boa idéia deixar o vinho respirando por um tempo, o que fiz por aproximadamente 40 minutos no decanter. Mesmo assim senti o álcool um pouco mais pronunciado do que deveria. Aroma adocicado, senti ameixa, frutas vermelhas e um toque de café. Ah, senti também um leve, bem leve, aroma de baunilha. O café e a baunilha foram aportados pelos 16 meses em barrica.

Paladar: Um vinho encorpado. Boa estrutura, preenche bem a boca, taninos presentes bem como a acides e ambos em perfeita harmonia e incorporados ao todo. Na boca não se mostra tão frutado, trazendo notas minerais. Final longo que agradou bastante e deixa uma lembrança mineral. O álcool aqui, ao contrário da análise Olfativa, está em harmonia.

O que diz a vinícola:

Crianza: 80% del vino; roble francês (60% nuevo) durante 16 meses.

Potencial de guarda: 6 años.

Notas de degustación: Presenta um color rojo, profundo e intenso, com matices negros, que delatan concentración. Aromáticamente se presenta franco, equilibrado y armónico, y su paso por madera le aporta notas de café e humo. Se perciben aromas minerales, tales como pedernal, piedra de fusil o pasta de lápiz, que realzam la complejidade de aroma. En boca presenta la estructura característica de la variedad, com taninos robustos pero suaves y gentiles. La fruta, típica del Valle de Uco, se combina armónicamente con el roble otorgando una sensación amable, a pesar de la concentración, y un final de boca largo e intenso. Para acompañar carnes rojas y pescados de mar en salsas.

Não posso negar que é um vinho interessante, mas, em contrapartida, não foi um vinho que me marcou. Tenho outra garrafa em casa e, assim que repetir a dose, volto neste artigo para confirmar, ou discordar, das minhas impressões nesta garrafa que foi degustada.

A garrafa foi degustada sem acompanhamentos, ou seja, não harmonizei com nada. A harmonização aqui deveria ser realizada com carnes vermelhas, preferencialmente sem molhos.

Confesso que esperava mais deste vinho, mas foi uma bela experiência.

(GK)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...