quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trivento Brisa de Otoño Tardio 2008

Dia de churrasco, temperatura gostosa, sem excessos, deliciosos vinhos tintos para acompanhar as carnes e, como a sobremesa também é de vital importância, escolhemos o Trivento Brisa de Otoño para este momento delicioso.

A Trivento é um braço argentino da gigante chilena Concha y Toro, uma das maiores vinícolas do mundo. Não é a primeira associação da casa com um parceiro estrangeiro. Seu ícone Almaviva, um dos vinhos mais premiados internacionalmente, surgiu da colaboração pioneira com a francesa Baron Philippe de Rothschild.

Mas na Trivento o assunto é outro. Não se trata de uma aposta em um vinho e sim em toda uma linha. São 1.300ha divididos entre 6 fincas, duas com 100% de produção, sem dispensar a compra de uvas de outros vinhedos. Equipes de enólogos locais supervisionados por estrelas do Chile e, revezam-se na produção de vinhos em grande ascensão desde seu começo, em 1996.

Já tivemos o prazer de degustar outros rótulos da Trivento e postá-los aqui no Enoleigos. Falamos até o momento de dois vinhos da Colección Fincas, o Malbec e o Syrah, o delicioso Malbec da linha Golden Reserve  como também o Amado Sur, um blend de Malbec, Bonarda e Syrah que foi minha escolha para o vinho do mês de Maio da Confraria Brasileira dos Enoblogs. Em breve traremos também nossa impressão sobre o Trivento Golden Reserve Syrah.

A expectativa maior está em degustar o TOP de linha da Trivento, o Eolo, um Malbec que ganhou 92 pontos da Wine Spectator!

Voltando ao nosso vinho, vale uma explicação que nem todos tem conhecimento. O vinho de sobremesa é um vinho com teor residual de açúcar maior. Aqui o açúcar é proveniente da própria uva e não é adicionado ao mosto. Há vinhos de sobremesa que estão entre os mais saborosos (e caros) do mundo. Na técnica do “Late Harvest” (ou colheita tardia), Colhem-se os cachos semanas ou meses após a data normal, o que faz com que as uvas se tornem extremamente maduras e doces. Conseqüentemente, a fermentação do mosto gera alto teor de açúcar residual. No processo de fermentação o açúcar se transforma em álcool e para não se obter um vinho com o teor alcóolico muito elevado como no vinho do porto, os enólogos interrompem o fermentação na metade do tempo normal para obter uma dosagem etílica adequada, normalmente entre 12 e 13 gl.

O valor comercial desta categoria é mais elevado, pois com a desidratação das uvas durante a fabricação são necessárias quantidades maiores da fruta para se obter o volume padrão. Por esse motivo as garrafas de Late Harvest são em sua maioria de 500ml contra os 750ml das garrafas tradicionais e podem ser armazenadas por muito tempo antes e depois de abertas pois o seu elevado teor de açúcar preserva melhor as características da bebida.

Vamos então ao que achei deste belo vinho de sobremesa:

Visual: Garrafa seguindo a linha tradicional dos vinhos de colheita tardia. Traz uma aparência de refrescância. Na taça mostrou uma coloração dourado claro muito bonito e elegante.

Olfato: Bastante frutado e gostoso. Nas frutas o maior destaque está para as amarelas, especialmente melão e damasco. Ao final percebi também uma nota cítrica e mel. Agradou bastante.

Paladar: Textura sensacional, chegando a parecer quase um licor. O mel na boca se destaca mais do que no olfato. Bastante persistente, elegante e com açúcar no ponto certo.

O que diz a Trivento:

Enólogo: Manuel González

Variedad de uva: 40% Viognier, 60% SauvignonBlanc

Región del viñedo: Tupungato, Mendoza

Detalles del viñedo: suelo aluvial, riego por goteo.

Clima: Seco y continental con elevada exposición al sol, lo que permite una excelente maduración de las uvas.

Sistema de conducción: posición vertical (VSP)

Detalles de la cosecha: recolección manual a partir de la segunda semana de abril. Rendimiento: 10.000 kg/ha.

Vinificación: despalillado y molienda de los granos. 100% en contacto con orujos en frío. Uso de otras técnicas: desborre previo fermentación y enzimas. 20 días de fermentación en barricas de roble francés a 14-16ºC.

Color: amarillo dorado con tintes verdosos

Aroma: profundo y frutado. Sensaciones de frutos secos, pasas de uva y durazno. Sutiles aromas a miel, coco y vainilla provenientes del roble.

Boca: sensación voluminosa en la boca, con buen equilibrio de azúcar y acidez.

Contenido de alcohol: 13.6% Vol(20ºC)

Acidez total: 6.13 g/l ácido tartárico

Azúcar residual: 90 g/l

O que diz a Wine Advocate de Robert Parker

Até o momento em que escrevemos este post, o vinho não havia sido avaliado por eles.

Um belo vinho de sobremesa que, com absoluta certeza, agradará a todos. Recomendamos e damos uma nota 4!

In Vino Veritas

Gustavo Kauffman (GK)


2 comentários:

  1. Corte interessante de vinho de sobremesa.

    Geralmente tenho problemas com a acidez (baixa) destes vinhos de sobremesa. Como era a deste?

    Confesso que bebo poucos colheita tardia, gostaria de beber mais...

    Belo post!

    ResponderExcluir
  2. Alexandre,

    Sim, o corte é bem interessante e original! A acidez deste vinho estava equilibrada, um pouco mais baixa do que o desejado, mas sem prejudicar o todo.

    Vale provar!

    Um Abraço!

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito bem vindo!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...